quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Hoje

Hoje desligo do mundo para olhá-lo de novo com o olhar inocente de uma criança, sem o complicar. Hoje desligo do mundo fútil e superficial para me ligar ao mundo despretensioso, aquele que só sentimos de pés descalços, alma nua e mente aberta. Hoje vivo mais do que nunca. Sinto o sabor das palavras e do silêncio. Escondo-me entre as sombras do dia e da noite, aquelas onde me perco e mais tarde me encontro. Hoje apetece-me, como em todos os outros dias, encontrar-me. Encontrar-te. Hoje, mais do que nunca, a vida faz sentido e apetece-me. Apetece-me agarrar o tempo que foge entre os dedos frágeis de areia. Apetece-me agarrar o sopro que desliza entre os nossos corpos nus de preconceito. Hoje não quero ouvir retinir do relógio. Hoje apetece-me ouvir apenas o bater sinfónico dos nossos corações e perder-me no nosso mundo. Hoje, mais do que nunca, aparece-me amar livremente, sem medos nem razões. Hoje, mais do que nunca, apetece-me viver.

Angra do Heroísmo, 4 de Agosto de 2011

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