quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Passeio

Se olharmos para os relacionamentos (independentemente do tipo) como um passeio entendemos que temos tendência para procurar alguém que nos consiga acompanhar, alguém que tenha "pedalada" para nós. Não queremos alguém que corra sem conseguirmos correr ao mesmo ritmo. Não queremos alguém que fique parado quando queremos seguir em frente. Não queremos alguém que seja lento e que na sua lentidão nos faça andar devagar, nos faça perder andamento, nos faça diminuir o nosso ritmo habitual... O ritmo que nos faz bem, o ritmo que nos faz continuar, o ritmo que nos faz nunca querer parar. No fundo queremos alguém que percorra um caminho ao nosso lado, os dois ao seu ritmo mas sem que algum se perca do outro, sem que algum fuja do outro, sem que algum pare a meio da viagem. Precisamos ter "pedalada", precisamos continuar, precisamos percorrer novos caminhos. No fundo, ou temos a sorte de encontrar alguém que tenha "pedalada" para nós ou, provavelmente, seguimos o caminho sozinhos. Mais à frente novos caminhos surgirão, outros ritmos, outras pessoas, outras vidas... Outra parte da nossa vida. Outra parte de nós. Precisamos de quem nos faça continuar a pedalar, sempre: "parar é morrer".

Lisboa, 15 de Julho de 2014

Não percas tempo

Não percas tempo quando o amor não é recíproco.
Não percas tempo quando as conversas não são saudáveis.
Não percas tempo quando as mentalidades são fechadas.
Não percas tempo quando as almas são vazias.
Não percas tempo.
Não percas tempo quando o respeito passa a ser apenas uma palavra no dicionário de quem na realidade não conhece o seu significado. 
Não percas tempo com quem só se esforça por ter sempre razão mesmo quando a razão não tem um lado.
Não percas tempo com quem levanta mais a voz do que o espírito.
Não percas tempo com quem desce baixo, muito para além de todos os limites aceitáveis.
Não percas tempo com quem não se preocupa, com quem não cuida.
Não percas tempo com quem não reconhece os seus erros, com quem te critica até por defeitos que não são teus.
Não percas tempo com quem não eleva o teu amor próprio, com quem não eleva o amor ao seu expoente máximo.
Não percas tempo com quem perdeu a noção do que diz e do que faz.
Não percas tempo.
Não percas tempo com quem nunca aprendeu a amar, com quem não se deixa amar.
Não percas tempo com quem coloca o orgulho acima de tudo, até acima de ti.
Não percas tempo com quem fala apenas com o seu ego numa cegueira obstinada.
Não percas tempo com quem não te mima, com quem desconhece o carinho.
Não percas tempo com quem espera ser compreendido sem nunca ser capaz de compreender.
Não percas tempo.
Não percas tempo com quem só te faz perder tempo.
Não percas tempo.
Nunca te percas.
Nunca te esqueças de quem és.
Nunca percas tempo com quem não valoriza o que realmente importa.
Não percas tempo com quem vive da aparência e se esquece do conteúdo.
Não percas tempo com quem cria problemas onde deveriam existir soluções.
Não percas tempo com quem não deve fazer parte do teu tempo.
Não te percas.
Nunca te esqueças de quem és.
Não percas tempo com o insignificante, com o fútil, com o vazio.
Nunca percas tempo com quem não partilha, com quem não entende a importância da partilha.
Não percas tempo com quem é egoísta, com quem não consegue sair da sua própria jaula.
Não percas tempo com quem vive na mentira, com quem mente.
Nunca te esqueças de quem és.
Nunca te esqueças da importância do tempo.
Nunca te esqueças da tua importância.

Lisboa, 4 de Julho de 2014

Ama

Ama mais. Ama melhor. Ama como se não houvesse amanhã e como se o ontem nunca te tivesse ferido. Ama com o coração. Ama com as palavras. Ama com os gestos. Ama com tudo. Ama-te. Ama por maior que seja o medo. Ama sem barreiras. Ama sem preconceitos. Ama. Ama sempre. Ama sempre mais. Ama sempre melhor. Ama cada segundo como se fosse o ultimo e quando esse momento chegar nunca deixes de amar. Ama para lá dos teus limites. Ama para lá do teu fim. Ama para lá de ti, para lá de tudo, mas ama. Nunca deixes de amar mesmo quando tudo falhar, quando tudo parar. Ama.

Lisboa, 27 de Julho de 2014

Quantos segundos?

Uma troca de olhares cúmplice e tudo se torna estático. 
Quantos segundos são necessários para perceber que alguém é o amor da nossa vida? 
Quantos segundos são necessários para te conhecer quando acho que sempre te conheci? 
Quantos segundos são necessários para que fiques em todos os outros segundos? 

Lisboa, 30 de Julho de 2014

Tens tempo?

Acredito em magia desde o primeiro segundo em que te vi... Só não sei se, também, acredito no amor à primeira vista. Amar requer muitos mais segundos. 
Tens tempo? 

Angra do Heroísmo, 4 de Agosto de 2014

Jogo

Amar alguém é saber que se ama de igual modo mesmo que o mundo gire ao contrário, mesmo que se perca tudo, mesmo quando não restar mais nada além de dois corpos nus frente-a-frente. E amar é um jogo constante entre a felicidade, a liberdade e a paz de duas pessoas(...).

Angra do Heroísmo, 5 de Agosto de 2014

Nus

Pode o sal e o suor de dois corpos nus temperar uma vida!? 

Lisboa, 5 de Agosto de 2014

Dedicação

Quem nunca desiste de nós é, no fundo, quem merece toda a nossa dedicação.

Angra do Heroísmo, 17 de Agosto de 2014

Cansei-me

Cansei-me de ouvir mentiras, principalmente quando sei a verdade. Cansei-me de sorrisos falsos e de pessoas interesseiras. Cansei-me de conviver lado a lado com o cinismo e com a hipocrisia. Cansei-me de aparências e da falsa felicidade, do falso bem estar. Cansei-me do fútil, do banal, de falinhas mansas e conversas sem conteúdo. Cansei-me de pessoas rudes e mimadas. De pessoas estúpidas e arrogantes. Cansei-me de críticas sem solução, de críticas não fundamentadas. Cansei-me de perder tempo com quem não valoriza o tempo, com quem não valoriza a vida. Cansei-me de perder tempo com quem me faz perder tempo. Cansei-me de mexericos e de quem sabe mais da minha vida do que eu. Cansei-me de sábios sem dúvidas, acredito que esses são os maiores ignorantes. Cansei-me de quem fala sem saber do que fala, sem saber como fala. Cansei-me de cascas sem conteúdo e de vazios mentais. Cansei-me da falta de educação e da mania da perseguição. Cansei-me de quem me cansa. Cansei-me de quem não me faz bem. Cansei-me de quem só vê problemas, de quem inventa problemas. Cansei-me do fácil, do oferecido, do inútil. Cansei-me de ter na vida quem não vive, quem não me deixa viver. Cansei-me de quem se vende, de quem tenta comprar tudo. Cansei-me de negócios e de esquemas, de pessoas oferecidas. Cansei-me do que não me faz feliz. Fui-me cansando do que não me completa...

Lisboa, 26 de Agosto de 2014

Utopia real

Falar de amor é falar de uma utopia real e sentida.

Lisboa, 25 de Setembro de 2014

Investigação

Andamos numa investigação constante sobre o amor. Estágios, umas vezes melhores que outros, amorosos até ao que nos completa. Até ao trabalho efectivo de uma vida. O melhor cargo que podemos ter ocupa-nos o tempo todo. Amar ocupa-nos o tempo todo. O amor, aquela partilha recíproca, é, no fundo, o cargo que todos queremos ter. 

Lisboa, 5 de Outubro de 2014

O romantismo

O romantismo exige sempre imaginação, exige sempre arte, exige sempre a sensibilidade de um poeta. 

Lisboa, 8 de Outubro de 2014