sábado, 7 de abril de 2012

Meristemas

“Os verdadeiros analfabetos são os que aprendem a ler e não lêem” Mário Quintana (Poeta)

Podendo ser visto como um universo lúdico, que vive de metáforas, sonhos, sentidos e sentimentos, a poesia não é um processo contrário ao que nos circunda. Escrever poesia não se resume a ensejos de inspiração mas sim a um processo criativo e complexo que se ampara na realidade.
A escrita da poesia dá ao poeta a oportunidade de falar simultaneamente para si e para o mundo, criando um meristema de sensações e interpretações segundo cada leitor. É preciso ganhar o gosto pela leitura, compreende-la e apreciá-la. A leitura supérflua com a qual somos assombrados diariamente não nos educa e raramente tem exuberância suficiente para nos fazer questionar.
A poesia tem sido desde sempre uma forma bela e satírica de delimitar e decifrar em poucas palavras o que muitos sentem mas poucos averbam. Em verso ou em prosa, com ou sem rima, a poesia é perceptível e culta, instruindo-nos não só no presente, a nível intelectual e sentimental, mas também a nível histórico, contribuindo para a nossa evolução.
O leitor entra num mundo prazeroso e vantajoso capaz de agregar a razão e a emoção o que estimulará o seu pensamento, a criatividade e até a memória. Embora muitas vezes se associe a leitura e escrita de poesia a pessoas mais maturas, é um exercício aconselhável sobretudo a crianças e disléxicos.
Somos uma nação de grandes poetas, cabe aos presentes escritores e leitores, não fazer da poesia um vulto do passado e, residindo em tudo e até em nós, lê-la será uma forma de auto-conhecimento e de difusão de ideias. Ler é o meio mais simples de nos tornarmos ricos.

Catarina Valadão, 26 de Março de 2012

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