(No silêncio da noite, a observar aquilo que o dinheiro não compra: a paz do céu)
-Vês, lá no alto, uma estrela cadente?
-Onde? - perguntou ela.
-Ali. É a que brilha mais mas só a vemos de passagem.
-Porquê? Se é a mais bonita deveria estar sempre lá.
-Se estivesse sempre lá, se a pudesses contemplar para além das nuvens, todas as vezes, deixarias de lhe dar valor, deixarias de ter vontade de a encontrar todas as noites, seria banal e apenas mais uma como tantas outras... (...) Pede um desejo.
-Já pedi.
-Guarda-o para ti e lembra-te, se nos concentramos apenas a contar as outras estrelas, corremos o risco de não ver as estrelas cadentes. São elas que fazem valer cada momento em que olhamos o céu... E passam depressa...
-Muito depressa?
-Tão rápido quanto a vida...
Ponta Delgada, 26 de Fevereiro de 2013
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